segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A VIDA COMO ELA É


Chegou dezembro.
Mês do Natal.
Muitas são as listas para lembrar de tudo o que não conseguimos fazer durante o ano, que finda.
Muitas pessoas relatam o sentimento de ansiedade e do muito por fazer antes das festas.

Na verdade deixamos muitas coisas por realizar e quando nos vemos com a fatídica data de 31 de dezembro, nos ameaçando com a entrada do ano novo com pendências, passamos a querer fazer tudo.
Muitas pessoas podem pensar que são desorganizadas ou que preterem tarefas.

Mas olhando com calma o ano que passou, podemos constatar que a sensação de velocidade, na verdade, se deve ao grande volume de acontecimentos exógenos, mas que pesam sobre nossas sensações, passando-nos a percepção de um tempo cada vez menor.

Temos um ritmo individual e subjetivo para aprontar nossas realizações, que sofre muita interferência de tudo que é alheio a nós e que está acima de nossas possibilidades.
A situação econômica do Brasil, os problemas políticos, a quebradeira geral pela qual o país passa, já há vários anos, formam um mosaico de dificuldades gigantescas, que nos afogam em esperanças, receios, incertezas.

Esse volume de fatores, todos muito grandes e fora do alcance de nossas mãos, se soma às expectativas para 2018.
Premidos e prensados por problemas do passado recente, que se somam ao panorama de 2018, podemos nos afogar na grande onda de incompletudes e das impossibilidades, que não podemos surfar.

Nas grandes ondas, surfistas fazem tudo para adquirir velocidade superior à massa que se aproxima, ou fogem da sua arrebentação, como consegue fazer a atleta Maia Gabeira, que mesmo com toda a prática quase foi enterrada por água salgada, tendo sido salva, no último momento, por outro surfista muito experiente.

Como não dispomos dessa possibilidade, precisamos exercitar nosso instinto de sobrevivência, diariamente, para conseguir completar alguns itens de nossas fatídicas listas permanentes.
Uma grande amiga, que é organizadora profissional, recomenda que sempre tenhamos uma classificação em alguns níveis, para que possamos vislumbrar as diferentes prioridades.
Separe o que é essencial, o que é necessário, o que é desejável, o que pode esperar um pouquinho, o que pode esperar um pouco mais, e listar e jogar fora, todos aqueles itens que muitas vezes só enchem nossos papéis, mas que não fazem falta alguma.

Criar esses níveis de análise tem ajudado muitas pessoas, no campo doméstico e profissional, a baixar sua ansiedade, a diminuir o campo das dúvidas, e, principalmente, a recuperar calma e serenidade.
Afinal o que mais precisamos, e desejamos, nesta altura do ano, é poder ficar um pouco mais leves, soltos, e com tempo disponível, para curtir esse tempo tão bonito de pré-verão, conviver com amigos, abraçar e sentir o carinho de parentes e pessoas amadas.

Bom dezembro, um feliz tempo livre, poucas listas com tópicos que sejam eminentemente essenciais, e muito tempo para matar saudades, conviver, e amar!!!


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