Ele sempre se aproveitou do
sofrimento alheio para ganhar notoriedade e força política.
Aproveitou momento histórico no
qual o povo de seu país sofria com inflação, com perda de poder de compra da
moeda nacional, com desemprego existente em função de crises anteriores, para
prometer o paraíso na terra, e para repetir, sempre, em seus discursos gritados
e coléricos, que o povo de seu país era formado pelos pobres e desassistidos,
jogando a divisão entre os que menos tinham, e classe média, como uma culpa de
quem tinha mais.
Foi eleito em eleições
democráticas e teve muito poder por vários anos aproveitando-se da ilusão
popular, da manipulação e da mentira, e tentou se transformar num mito dos
menos afortunados.
Fez negócios ilícitos com seus
amigos chegados, escorreu muitos milhões para obras em outros países,
principalmente aqueles que mostravam simpatia com sua postura ditatorial, que
sonhava implantar um regime, que durasse muitos anos, e com ele no poder.
Estimulou o ressentimento e
motivou a criação de financiamentos para que o “povo” de seu país pudesse
comprar automóveis.
Manteve uma cortina de discursos
inflamados enquanto estava no poder, para renovar, permanentemente, a inveja e
a desídia entre classes sociais.
Roubou muito para si e para os
seus, acumulando grande fortuna escondida em outros países, nos quais os
ditadores beneficiados lhe davam guarida e admiravam sua capacidade de alegrar
multidões.
Nunca apreciou a leitura de boa
qualidade, pois alegava que era feita pela “burguesia” nacional.
Chegou a criar um partido dos
trabalhadores, em seu país, para construir o mito de uma classe transitória na
sociedade, como se outras categorias fossem menos nobres do que aquela que ele
enganou.
Manteve grupos de governo
paralelos aos oficiais, criando milícias e grupamentos, que agiam sempre que o
grande mentiroso corria riscos de ser revelado ou descoberto.
Muitos movimentos sociais foram
preparados para a violência e a intimidação da sociedade, e todos ostentavam
símbolos fortes, com grandes bandeiras vermelhas e demonstrações de massa muito
vigorosas.
Cooptou sindicatos e centrais de
operários, para que estes não se manifestassem contra as mentiras que ele jogou
sobre a nação.
Esses dados e similitudes sugerem
algum nome ao leitor deste texto?
O perfil descrito aponta para
alguma pessoa conhecida?
Pois bem, como pista podemos
citar que ele foi um incitador de multidões, que nunca foi efetivamente quem
disse que era, que sempre foi ligado ao poder econômico, e deslumbrado pelo
dinheiro e conforto desmedidos.
O leitor acha que já sabe a quem
me refiro? Pensa que é uma figura muito bem conhecida e já denunciada pela
evolução da história recente?
Sim, tudo isso está correto.
Seu nome? Sua identidade?
Ele se chamava Adolf Hitler e fez
tudo isso, e muito mais, usando os iludidos trabalhadores da Alemanha, criou o
partido nazista, roubou muitos milhões em ouro e obras de arte, de seu país e dos
bancos centrais dos países, que ocupava militarmente.
E destruiu a Alemanha, jogou
sobre ela o desrespeito de toda a humanidade, aquele país perdeu o bom
conceito, que sua história tinha criado, somente trabalhando a dor e o ressentimento
dos mais pobres.
E por muitos anos a Alemanha
viveu em crise, com problemas econômicos e financeiros, com seu território
dividido por várias outras nações, e com um povo que sofreu muito até resgatar
sua condição original de cultura e cidadania.
A história é uma ótima professora
para que não repitamos erros, nem mantenhamos falsos mitos de tiranos, que
simplesmente desejam o poder para ter mais poder, e para poder roubar dinheiros
que nunca foram seus, ou que não tinha a competência para produzir.