quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ELIANE

Homenagem à minha irmã Eliane, falecida em 20.12.2007


A vida humana é como uma folha de papel.
Leve, solta e frágil.
A qualquer momento ela pode ser levada pelo sopro da eternidade.
A existência é o que fica registrado na folha.
Nossa amada Eliane preencheu todos os espaços.
Ela teceu redes humanas, unindo seus pontos pela generosidade e solidariedade.
Com humildade, simplicidade e anonimato apoiou pessoas, ajudou entidades, viabilizou vidas.
Não teve filhos, mas foi mãe de muitos.
De tudo que teve, nada guardou para si.
Tinha sensibilidade para perceber diferenças e destacar individualidades.
Entendia crianças e estimulava seus sonhos.
Convivia com jovens e apoiava suas jornadas.
Repetindo Mário Quintana:

" ela era branca como a neve,

mas tinha a alma furta-cor "


Danilo Cunha - em 26.12.2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

NATAL 2007

SEMEAR



A vida é uma constante semeadura.

Temos que semear sempre . A única certeza que podemos ter, entre

tantas dúvidas que a vida nos oferece, é que precisamos semear e

semear .

Só colheremos se semearmos, porém nem sempre que semearmos

iremos colher.

Temos que semear o amor, a solidariedade, a igualdade, a justiça,

a inclusão, a paz, a oportunidade, o respeito, a lealdade, a humil-

dade, a simplicidade.

Que todos nós tenhamos sempre a oportunidade de semear !

Que o próximo ano seja um período fértil para que possamos semear

a esperança e a felicidade e que elas frutifiquem e possam ser colhidas

por todas as pessoas .

Com amor

Danilo Cunha e Família
Dezembro de 2007

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mensagem para o Escritor Amilcar Neves

Crônica e livros - em 07.11.2007

Prezado amigo Amilcar

Li tua crônica de hoje no DC e te parabenizo por ela.
Como dizes, temos formas muito baratas e eficazes de promover a literatura de SC.
Quando estive à frente da Embratel em SC, além de lançar o Espaço Cultural, como forma de apoiar e estimular as manifestações artìsticas de nossa gente, desenvolvemos o programa "O Livro na Escola".
Como as editoras acumulavam muitos volumes de bons livros de autores catarinenses, nosso projeto visava exatamente aquilo que relatas em teu texto: adquirir vários exemplares a preços baixos, distribuí-los gratuitamente nas escolas e bibliotecas municipais levando, posteriormente, o autor para encontros com os alunos e professores e debates com a comunidade escolar.
Lamentavelmente, esse programa, assim como todos os outros na área social que tinhamos implantado ( O Mocotó-Net (uma brincadeira de palavras), que visava capacitar crianças e adolescentes para a informática e internet, O Mocotó-Cor, que contava com o apoio de arquitetos e dsigners, iria colorir e pintar as casas do morro, pelas crianças da comunidade,criando um arcoiris urbano, visando a beleza da inclusão e a inclusão da beleza, teria apoio das lojas de venda de tintas, e vários outros pensados há mais de 10 anos..) foram descontinuados pelos investidores, após o processo de privatização. É uma pena, pois não utilizávamos verbas públicas, tudo que fizemos foi suportado por pequenas verbas sócio-culturais próprias da empresa, nossa equipe cultural não tinha mais do que cinco pessoas (dedicadas, sonhadoras e muito esforçadas) e conseguimos erigir vários programas em todo o estado.
É lamentável constatar que logo após a privatização todas as atividades que te relatei foram desativadas.
Nosso centro de treinamento, que recebia pessoas de todo o Brasil, o Espaço Cultural, que tanto promoveu nossos
artistas, bem como as coleções de fotos e as obras adquiridas de artistas locais foram desmontados e os espaços estão
vazios, frios e tristes.
Que pena ! Nossa atualidade tão bruta, tão agressiva, tão violenta, as pessoas necessitando tanto de paz, de convívio, de delicadeza e do romantismo que a arte nos propicia e nos damos ao luxo de descontinuar espaços de observação e suavidade.
Essa, talvez, seja a grande característica da atividade artística, a de podermos transgredir sem agredir, sem violentar, sem desrespeitar, pois o espaço de criação é onde podemos jogar toda a nossa subjetividade, nossos sonhos, nossas concepções e no qual obteremos a contemplação, a aceitação ou não, a concordância ou a negação de nossas idéias, mas , jamais, geraremos a morte, a anulação física do outro, a morte de um semelhante ou a prevalência da força.
Talvez esse fosse o novo filme necessário em nossa sociedade.
Não uma "Tropa de elite" para reprimir os pobres, miseráveis,periféricos e apartados dos confortos dessa sociedade fria e estúpida que está surgindo e destruindo nossas cidades e nosso ambiente natural, mas uma "Tropa para a elite", um movimento que assuma a função de levar sensibilidade e respeito pela alteridade, noção de solidariedade e preservação da vida.
Não há dúvida que tua mensagem de hoje me despertou recordações e sensibilidades, mas reparto contigo este momento atual que reúne dor e a esperança de que possamos retomar nossa caminhada humanista e que consigamos incitar novas levas de dirigentes, públicos e privados, que não só pensem, ou por não conseguirem pensar, em suas próprias visceras, ou com elas, e que um novo renascimento nos brinde com a suavidade da música, a profundiade da pintura, a mundialidade da escrita e o romantismo de todas as formas de pensar o sonho de um mundo melhor.

Com carinho e admiração

Danilo Cunha

domingo, 4 de novembro de 2007

Desirée, que tinha 28 anos

Desirée, mãe, advogada, patrulheira, morreu hoje ...

Desirée deu sua vida, para tentar salvar outra vida, que já não tinha mais vida ...

Desirée perdeu sua vida, por causa de outra vida, que continua vivendo...

sem consciência da vida que tem ...

Desirée, mãe, heroína, deixa uma pequena vida ...

Desirée, mãe, exemplo de vida para as vidas que ficam ...




( Homenagem à jovem mãe Desirée, policial da PRF, que morreu em acidente ao capotar viatura de serviço, tentando salvar criança, que já estava morta. Ao dirigir-se ao hospital seu veículo saiu da estrada quando ia ultrapassar moto, cujo condutor não lhe deu passagem, mesmo com a sirene ligada . Desirée deixou órfã uma menina.)