quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O CANALHA


Ele sempre se aproveitou do sofrimento alheio para ganhar notoriedade e força política.
Aproveitou momento histórico no qual o povo de seu país sofria com inflação, com perda de poder de compra da moeda nacional, com desemprego existente em função de crises anteriores, para prometer o paraíso na terra, e para repetir, sempre, em seus discursos gritados e coléricos, que o povo de seu país era formado pelos pobres e desassistidos, jogando a divisão entre os que menos tinham, e classe média, como uma culpa de quem tinha mais.

Foi eleito em eleições democráticas e teve muito poder por vários anos aproveitando-se da ilusão popular, da manipulação e da mentira, e tentou se transformar num mito dos menos afortunados.
Fez negócios ilícitos com seus amigos chegados, escorreu muitos milhões para obras em outros países, principalmente aqueles que mostravam simpatia com sua postura ditatorial, que sonhava implantar um regime, que durasse muitos anos, e com ele no poder.
Estimulou o ressentimento e motivou a criação de financiamentos para que o “povo” de seu país pudesse comprar automóveis.

Manteve uma cortina de discursos inflamados enquanto estava no poder, para renovar, permanentemente, a inveja e a desídia entre classes sociais.
Roubou muito para si e para os seus, acumulando grande fortuna escondida em outros países, nos quais os ditadores beneficiados lhe davam guarida e admiravam sua capacidade de alegrar multidões.

Nunca apreciou a leitura de boa qualidade, pois alegava que era feita pela “burguesia” nacional.

Chegou a criar um partido dos trabalhadores, em seu país, para construir o mito de uma classe transitória na sociedade, como se outras categorias fossem menos nobres do que aquela que ele enganou.
Manteve grupos de governo paralelos aos oficiais, criando milícias e grupamentos, que agiam sempre que o grande mentiroso corria riscos de ser revelado ou descoberto.
Muitos movimentos sociais foram preparados para a violência e a intimidação da sociedade, e todos ostentavam símbolos fortes, com grandes bandeiras vermelhas e demonstrações de massa muito vigorosas.

Cooptou sindicatos e centrais de operários, para que estes não se manifestassem contra as mentiras que ele jogou sobre a nação.
Esses dados e similitudes sugerem algum nome ao leitor deste texto?
O perfil descrito aponta para alguma pessoa conhecida?

Pois bem, como pista podemos citar que ele foi um incitador de multidões, que nunca foi efetivamente quem disse que era, que sempre foi ligado ao poder econômico, e deslumbrado pelo dinheiro e conforto desmedidos.

O leitor acha que já sabe a quem me refiro? Pensa que é uma figura muito bem conhecida e já denunciada pela evolução da história recente?
Sim, tudo isso está correto.

Seu nome? Sua identidade?
Ele se chamava Adolf Hitler e fez tudo isso, e muito mais, usando os iludidos trabalhadores da Alemanha, criou o partido nazista, roubou muitos milhões em ouro e obras de arte, de seu país e dos bancos centrais dos países, que ocupava militarmente.

E destruiu a Alemanha, jogou sobre ela o desrespeito de toda a humanidade, aquele país perdeu o bom conceito, que sua história tinha criado, somente trabalhando a dor e o ressentimento dos mais pobres.

E por muitos anos a Alemanha viveu em crise, com problemas econômicos e financeiros, com seu território dividido por várias outras nações, e com um povo que sofreu muito até resgatar sua condição original de cultura e cidadania.


A história é uma ótima professora para que não repitamos erros, nem mantenhamos falsos mitos de tiranos, que simplesmente desejam o poder para ter mais poder, e para poder roubar dinheiros que nunca foram seus, ou que não tinha a competência para produzir.