domingo, 25 de novembro de 2012

REELEIÇÃO DE OBAMA: OS ESTADOS UNIDOS EM BUSCA DA SUA IDENTIDADE


Passadas as eleições  presidenciais americanas, a população daquele país pode se tranquilizar um pouco com o resultado da reeleição de Barack Obama.
As posições sem base real, e muito radicais, de seu opositor republicano, chegaram a causar calafrios em muitas sociedades, ao redor do globo, que temiam o recrudescimento das atitudes ameaçadoras do complexo industrial-militar.
O candidato republicano começou sua derrota ao desprezar as questões das minorias raciais, hispânicas, de gênero, e as populações marginalizadas do processo sócio-econômico daquela nação, que só a titulo de exemplo citamos o segmento hispânico, hoje representa 14% dos americanos.
Ou seja, além de saber falar o idioma esopanhol, os candidatos mtêm que entender a sua cultura, o comportamento, os sonhos, daqueles que procuraram os EUA para realizar suas esperanças de uma vida mais digna.
Uma jornalista norte-americana escreveu uma frase muitom interessante: " a eleição foi decidida pela maioria das minorias".
O fenômeno climático, que causou enorme desastre natural, talvez tenha sido o grande desempatador da eleição que, até poucos dias de sua apuração, parecia muito equilibrada.
A atitude presente e acolhedora de Obama diante dos governantes estaduais que enfrentavam a destruição aguda, com muitas mortes e interrupção dos serviços essenciais, assim como a presença firme e solidária junto aos cidadãos atingidos, despertaram uma comparação natural com o desastre anterior, em plena gestão Bush, quando aquele presidente desprezou o ocorrido, deixou os atingidos largados à própria sorte, sempre ostentando aquele sorriso de criança desgovernada, e de adolescente que não conseguiu superar a figura do pai. Não tivesse ele se transformado num adulto tragicamente ridiculo, que levou seu país à bancarrota, com a quebra de bancos e com a perda de trilhões de dólares dos contribuintes, usados como aterro para tapar o descomunal buraco aberto nas finanças americanas.
Mas o candidato republicano cometeu outro deslize grave, embalado pelo entusiasmo de um ambiente fechado, esquecendo que as imagens estavam viajando o mundo por tv em real-time.
Ele discursava e em determinado momento dois jatos militares, em exercício, passaram tão próximos, que o ruido das suas turbinas foi claramente ouvido por todos os presentes ao comício.
O replublicano, decerto pretendendo agradar seus patrocinadores que despejaram muitos milhões de dólares em sua campanha, exclamou: "eu amo esse ruído".
A sugestão pouco sutil de que ele se propunha a adotar uma postura bélica em sua pretendida gestão na Casa Branca, deve ter assustado a grande parcela da população americana, ainda traumatizada pelas guerras inúteis e sem motivação real, desencadeadas por Bush, para justificar a tomada de terrítórios desejados pelo poder americano, para garantir petróleo e posições geo-estratégicas de interesse puramente militar.
Enquanto Bush fazia as guerras, e gastava o que os EUA não tinham, os bancos americanos deflagaram o processo dos derivativos, inundando o mundo com papéis podres, sem fundos, jogando, mais uma vez, no colo dos contribuintes, o enorme buraco criado pela especulação.
Tudo causado pela desregulação financeira gerada no governo Bush.
Agora, depois da tormenta eleitoral, a sociedade americana pode olhar para trás e começar a pensar em que bases ela se apoiará para retomar o olhar à frente, e construir seu futuro.
Obama terá minoria na Câmara de Deputados, e maioria no Senado.
É claro que já se vislumbram as batalhas legislativas diante das reformas necessárias, e que enfrentarão velhos paradigmas culturais, de uma sociedade que se habituou ao conforto, aos salários de bom nível e ao poder de consumo, ao consumo de energia, e a gerar para o mundo, 25% da poluição total da Terra.
A questão do consumo consciente será protagonista permanente na vida dos EUA daqui para a frente.
O controle sobre a destruição ambiental é outro ponto essencial para a superação americana, das grandes devastações geradas pela atitude inconsciente de empresas americanas, que destruiram grandes extensões de mata nativa, em seu território e no de diversas outras nações, que necessitavam de seu apoio político, financeiro e até mesmo militar.
Os EUA vivem um momento de apreensão.
O ciclo de investimentos em inovação e tecnologia vem se mantendo em patamar de estagnação, a China se tornou o grande "distrito industrial" de empresas americanas, importando empregos e postos de trabalho, que seriam dos cidadãos dos EUA.
Mas a sociedade civil americana tem algumas características muito interessantes.
É empreendedora por herança cultural, se dispõe a trabalhar para alcançar seus objetivos, e começa a ficar menos crédula e mais critica, em relação a seu futuro.
Uma nação que tem o poder de auto-critica que a americana possui,  pode ostentar a propriedade de um "sôro linfático" comportamental, pois seus filmes, peças de teatro, e livros, normalmente são arautos do bem, da ética, e da justiça.
País que teve escritores como Henry Miller, John Fante, Jack Kerouac, e tantos outros irreverentes e criativos autores, que teve memoráveis filmes como "Mississipi em Chamas", tem, com certeza, uma boa "bússola" social e cultural, que ajudará a encontrar o novo rumo necessário.
Rumo que não será mais somente norte-americano, mas sim, uma nova irmandade mundial, onde as fronteiras armadas, os muros da vergonha, e as diferenças de cor, sexo, religião, e classe social, deverão ser tratadas por algo mais próximo do princípio Budista que diz:
" o Deus que habita em mim, respeita o Deus que habita em você".








quinta-feira, 22 de novembro de 2012

HERÓIS, TODOS OS DIAS



Muitas pessoas jogam suas vidas na realização de seus ideais.
Participam de movimentos políticos, de revoluções, de guerras até, para ajudar, libertar, apoiar a conquista de direitos, motivar mudanças necessárias, e empurrar transformações sociais.
São seres necessários, pois colocam suas vidas em risco e fazem a roda da história girar, a evolução chegar, e a humanidade avançar.
Mas existe uma outra forma de todos sermos um pouco heróis.
É em nosso dia-a-dia, em nossas rotinas, em nosso cotidiano.
Se pudermos estender nossas mãos a quem sofre, a quem tem menos, a quem está desencantado com as agruras por que passa, estaremos ajudando bastante.
Um outro campo em que se pode ajudar muito é nas condições objetivas para que as pessoas possam sonhar seus sonhos, e tentar realizá-los.
Não podemos materializar os sonhos de todas as pessoas, pois sonhos são subjetividades de cada um. Mas podemos estimular, sorrir, respeitar, ser generosos, solidários, elogiar, principalmente quem menos tem, quem mais tem dificuldades, quem está no limite de se transformar em algo transparente, esquecido de todos, sem auto-estima, com poucos motivos para tocar à frente.
As condições humanas essenciais, para que sobre elas as pessoas menos afortunadas possam evoluir um pouco na qualidade de suas vidas, sem dúvida, pode equivaler a grandes revoluções e mudanças históricas.
No conjunto, se houver menos tristeza, menos depreciação, menos diferenças, estaremos ajudando a resgatar a felicidade, e a nossa inclusive.

domingo, 18 de novembro de 2012

CRISE NA EUROPA: OS EX-COLONIZADORES LEMBRAM DO BRASIL



Portugal e Espanha são paises europeus, portanto vivem a mesma crise de toda a Europa.
Em Cádiz, cidade espanhola, realiza-se encontro Ibero-Americano de cooperação.
Naquela mesma cidade, em 1812, uma nova Constituição espanhola foi assinada dando liberdade maior aos povos latino-americanos sob sua tutela, e aos escravos dos territórios além-mar.
Portugal demorou mais a aceitar as mudanças necessárias em sua colonia brasileira, tendo o Brasil sua independência a partir de 1822, a extinção oficial da escravidão em 1888, e a proclamação da República, em 1889.
Mas o processo de colonização, não só das Américas, mas também o Africano, sempre serviu, também, para resolver outros problemas dos países colonizantes.
Todas as crises européias, as econômicas, as geradas por pestes, guerras, foram sempre resolvidas com a exportação dos excedentes sociais dos países com probelmas.
No Brasil não foi diferente.
As migrações recebidas da Alemanha, Itália, Japão, Espanha, Portugal, e outras, sempre tiveram como motivação a solução de problemas econômicos agudos na mãe Europa.
Aos cidadãos daquele continente eram prometidos verdadeiros paraisos terrestres deste lado do Atlântico.
Mas ao sairem de lá pra cá, tinham que abrir mão de qualquer pretensão patrimonial, de herança, para serem "motivados" a permanecer no Brasil e demais paises latino-americanos.
Nas crise, diminuindo o divisor composto pelo exceso de cidadãos, tinha-se um aumento da renda per capita bem razoável, minimização dos problemas dos governos, de moradias, de alimentação, de medicamentos, enfim, de tudo.
E assim foi e a Europa (que se não tivesse exportado grandes contingentes de cidadãos para a América seria uma empobrecida África, talvez, hoje) é uma região desenvolvida, com padrões elevados de PIB, trabalho, consumo, e condições de vida geral.
Recentemente, nos últimos 20 anos, vários profissionais brasileiros decidiram tentar melhor sorte em suas vidas, mudando para a Europa.
As crises econômicas pós-ditadura no Brasil deixaram nossa nação em situação bastante delicada, com encolhimento do mercado de trabalho, dívida externa expressiva, e falta de perspectivas para os mais jovens.
E Espanha e Portugal, pela cultura conhecida, pelo idioma, pelas raizes históricas e pela visão que se tinha no Brasil, de nações amigas, foram escolhidos para futuro lar dos nossos migrantes.
Mas nem todos foram bem recebidos.
Barreiras em aeroportos, deportações, exigências rigorosas de documentos, fizeram com que muitos brasileiros de lá voltassem, ou fossem expulsos, com tristeza e revolta.
Agora, com a crisse apertando o peito dos lusitanos e ibéricos, os paises latinos-americanos são instados a receber migrantes.
A Espanha está com alarmante indice de 40% de desemprego no segmento jovem. Portugal aperta o cinto para fazer frente aos resultados das benesses com dinheiro público.
E, supresa!, esses países novamente desejam que seus emigrantes sejam recebidos por aqui outra, vez, e pedem à Presidente Dilma, que se afrouxem as barreiras burocráticas para registrar trabalhadores espanhois em solo nacional.
E mais.
Pedem que os paises da América Latina dirijam seus investimentos para lá.
Essa crise deve ser muito bem usada para que se faça uma reflexão real sobre as relações entre Portugal, Espanha e Brasil.
Não podemos ser, sempre, o simpático país que a todos acolhe  e bem recebe.
Hoje vivemos um processo econômico, e político, mundializado, e que as mesmas condições da fase de normalidade devem valer para todos.
Temos que valorizar nossa nação para evitar que nos vejam como a grande solução para crises que foram geradas, e gestadas, por fórmulas tentadas em outros teritórios, que se tivessem dado certo, com certeza, não teriamos sidos chamado para dividir o bolo.
É hora de bater firme, exigir que eles façam a sua lição de casa e que se tivermos que criar facilidades, de qualquer tipo, que os primeiros beneficiados sejam os cidadãos brasileiros, para quem a vida não está tão fácil e resolvida, assim.
E a Europa precisa investir em desenvolvimento, em expansão das suas economias, e na retomada do seu desenvolvimento.
Economizar e fazer dieta, exportando cidadãos para nosso Brasil não é a mais indicada, nem ética, solução.
Afinal já temos mais de 190 milhões de habitantes, muitos com origens nas levas de imigrantes de lá, que vieram para cá nos anos 1800.
E não foram poucos.









FLORIANÓPOLIS SITIADA: O MEDO E A PERDA DA TRANQUILIDADE




A ex-tranquila cidade de Florianópolis está com medo. Muito medo.
Nos últimos dias a cidade foi tomada por tiros disparados a esmo nas ruas, por transporte público incendiado, por execuções sumárias e vinganças.
Os habitantes estão sendo obrigados a se proteger de um agressor desconhecido, sem face, que nunca se sabe onde, nem como, irá atacar.
Motos, armas pesadas, pistolas exclusivas de uso militar, coquetéis molotov, são algumas das armas utilizadas para impor o terror.
A Polícia Militar, num esforço extra de suas tropas, que já se encontram no limite há muito tempo, faz o que pode para tentar garantir o retorno a paz.
Estranho é que sendo o transporte muncipal uma concessão da prefeitura, a Guarda Municipal, que tem autorização para portar armas, não tenha se apresentado para garantir a proteção dos passageiros de ônibus, muitos já incendiados pelos agressores.
A cidade precisa de uma resposta, de um esclarecimento.
Não se admite que ainda permaneça o silêncio das autoridades sobre identificação de culpados e responsáveis.
Qual o estopim para essa guerra movida contra a cidade?
O que pode ter causado uma ação tão violenta numa cidade de apenas 420.000 habitantes?
Por que São Paulo e Florianópolis?
Quais as conexões que determinaram os ataques contra a polícia do Governo do Estado de SP, e contra a polícia do Governo do Estado de SC, e a população de Florianópolis?
Fala-se em vinganças por tratamentos desumanos em presídios.
Fala-se em motivações políticas que teriam instigado essa ação terrorista.
Fala-se em tentativas para desestabilizar áreas tradicionalmente em mãos públicas, como saúde, educação e segurança, para justificar clamor popular e a consequente privatização desses serviços estatais.
O problema com uma crise dessas é que se as autoridades policiais não apresentarem transparência com o tratamento da questão, daqui a pouco os atacantes armados estarão "vendendo" proteção para os cidadãos, tal a sua impunidade e acobertamento.
Se o cidadão perceber que as forças policiais, por falta de priorização de suas necessidades, não estão conseguindo manter o bom  padrão de proteção e segurança, poderá repetir o fenômeno já ocorrido em outras cidades, onde os bandidos oferecem e garantem "proteção" a quem lhes paga.
Esse absurdo surreal, que parece algo de pesadelos pode tornar-se realidade, passando a cidade a conviver com vários "territórios", os "chapa branca", vigiados e protegidos pela polícia oficial, e os "alternativos", guardados por bandidos, cultivados pela inoperância, incompetência, ou insensibilidade das autoridades pagas pelos impostos recolhidos por todos os cidadãos.
O futuro e o resgate da tranquilidade de Florianópolios estão nas mãos das autoridades.
Ou se tomam providência corretas, adequadas, e a devida prestação de contas para a população desta amedrontada e desorientada cidade, ou viveremos um estado de medo, insegurança e incerteza, permanente.
Não se estranhe se a violência aumentar por parte das pessoas que nunca imaginaram portar uma arma.
Mas pode se ter certeza que o número de armas para proteção pessoal tende a aumentar muito, pois ninguém ficará desprotegido, ou com essa sensação, dentro de suas casas, automóveis, se nada for apurado e se a polícia não demonstrar resultados proporcionais à ação que os "bandidos" promoveram
aterrorizando nossa Capital.
E depois que um processo desses se implanta em uma comunidade, muito difícil removê-lo, pois o apego à vida faz o ser humano exteriorizar seus instintos de sobrevivência.
Os quais, na maioria das vezes, se transformam em demonstrações de primitivismo e barbárie.
Não menores que as ações praticadas contra Florianópolis.
Que, hoje, é uma cidade sitiada, e amedrontada!


Economia e Política: China, Brasil, União Européia - Como Poderá Ser o Ano de 2013?


CHINA

Segunda maior economia do mundo. Maior compradora de títulos da dívida pública norteamericana. Portanto, financiadora da maior economia capitalista do mundo.
Fase de mudança de comando no governo central, depois de 10 anos.
A prioridade do novo governo é elevar a renda média, garantir trabalho e moradia para sua população de 1,3 bilhão de habitantes. Nos últimos 10 anos quadruplicou o PIB.
Seu crescimento de 7,5% em 2012, é muito mais do que os 10% que vinha crescendo nos últimos anos.
Território 70% desértico e árido.
Grande processo de urbanização vertical.
Grande demanda ambiental pelo processo acelerado de industrialização, que gera condições insalubres na maioria das grandes cidades. Concentra elevado número de fábricas que montam produtos para os grandes países industrializados e desenvolvidos. Oferece política de preços sobre trabalho humano subvalorizado em termos de mão-de-obra mundial.
Como será o novo mundo do século XXI, com essa gigantesca nação, e com a sua imensa necessidade de recursos, combustíveis, fontes de energia, insumos?
Forças armadas: + de 2 milhões de soldados, prioridade atual para a marinha. Qual a estratégia chinesa na barganha do comércio mundial, quando desejar controlar preços e valores da produção ocidental?
BRASIL                                            

Nos 8 anos do governo FHC (1995/2002)o Brasil estabilizou a moeda, criou uma nova, promoveu reformas e privatizações de sua infraestrutura.
Nos 8 anos seguintes do governo LILS (2003/2010), ocorreu aumento de renda média, o PIB teve incrementos significativos em função da liberação de crédito abundante ao consumidor, empréstimos consignados e muito devido ao processo chinês, que transformou aquele pais em grande comprador da produção brasileira.
Atualmente a China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2012 o crescimento do PIB deverá se situar em até 1,5%, bem abaixo da estimativa anterior.
As novas posturas chinesas indicam índice de crescimento modesto nas suas demandas de produtos brasileiros.
Para 2013 é estimado um crescimento do PIB de 3,5%, em função das crises argentina, americana, europeia e da diminuição do ritmo de crescimento chinês, pela nova cena econômica daquele país, que vai priorizar a renda interna, a moradia para seus habitantes, e por estarem China e Estados Unidos comprando 15% de seu consumo de petróleo na África, detentora de grande riqueza mineral, apesar de sua miséria extrema.
Esse conjunto de crises no panorama mundial, afetará o Brasil, que terá que equilibrar produção, demanda, crédito abundante e barato, consumo, para evitar geração de inflação.
O Brasil terá que priorizar inovação tecnológica para agregar valor a sua pauta de exportações, pois ainda é um grande produtor e exportador de “commodities”, títulos ligados a produtos primários, com pouca ou nenhuma agregação de valor por teconologia.
O processo educacional brasileiro ainda apresenta grandes lacunas e baixa qualidade.
O empreendedorismo ainda é pouco ou nada estimulado nas escolas. 
O país ostenta um índice de analfabetismo real sifnificativo, e um índice de analfabetismo funcional, que comprova as deficiências da escolaridade. Saber ler, mas não entender o sentido das palavras, ou a interpretação dos textos ainda é uma barreira para grande contingente, o que agrava o quadro da falta de formação adequada escolar.
Nas universidades o polo empresarial atrai grandes contingentes de jovens, influindo na natureza de cursos, nas grades curriculares, e na visão “fast-food” de novos cursos para atender as demandas objetivas de empresas. Esse processo empobrece a academia, com a perda de nível e de visão universal do conhecimento, e com a consequente banalização da educação, com evidente perda de padrão. Na área do direito, e da saúde, podem ser constatadas essas anomalias.
O processo de formação intelectual, e de competência e empreendedorismo, sofre redução, com o grande oferecimento anual de formandos com cada vez menor nível de saber.
Mas que aceitam menores salários.
Em 40 anos o Brasil duplicou sua população, gerou um processo de urbanização que chega aos 70% de seus habitantes, apresentando deficiências em infraestrutura e transportes, elementos essenciais para seu adequado desenvolvimento econômico.
O Estado brasileiro passa por mudança conceitual importante.
Com uma herança de cultura patrimonialista, de pouca valorização do trabalho, a visão autônoma, empreendedora, inovadora, ao longo do tempo, cedeu lugar aos conchavos e acertos políticos.
Muitos foram os escândalos de corrupção vistos pela população brasileira ao longo de sua história.
Esse aspecto forjou uma cultura de dependência de favores políticos e governamentais, desfigurando o papel de eleitores e eleitos.
A impunidade reinante estimulou essa postura de conveniências e conivências.
O governo da Presidente Dilma removeu 7 ministros por acusações de corrupção.
O Supremo Tribunal Federal está realizando o maior julgamento de sua história, processando grande número de acusados de terem montado quadrilha para roubar recursos públicos, corromper legisladores federais, para obter apoios congressuais para o governo ao qual serviam.
Essas atitudes estão mudando o paradigma existente, pelo qual corruptos não eram punidos, nem iam para a cadeia.
E, sem dúvida, gerará nova cultura na relação governo/governados, influindo na formação, e exercício de uma cidadania ativa, independente, mais autônoma, criando um novo processo de decisão sobre a vida dos cidadãos.
UE- UNIÃO EUROPÉIA

Desde os anos 1950 a Europa trabalha a unificação, para evitar novas guerras (as duas grandes guerras do século XX foram geradas em território europeu), para remover barreiras formais, burocráticas, culturais, históricas, religiosas, econômicas, financeiras, entre 25 países.
A UE consegue um grande avanço conceitual, ao implantar uma unidade territorial, politica, econômica, com a criação do parlamento europeu, do banco central europeu, e da moeda única, o euro.
Em 2008, minada pelos títulos “derivativos” de bancos norteamericanos, bancos europeus ficam com liquidez diminuída e encontram as economias governamentais com elevadas taxas de dívidas em relação ao PIB de vários países. Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, apresentam risco de não conseguirem renovar empréstimos bancários para manter compromissos governamentais. 
É criado o fundo europeu para apoio aos países endividados, com a participação do FMI, dirigido por uma francesa. O Banco Central Europeu passa a exigir medidas de contenção de gastos públicos, gerando grande onda de protestos contra a perda de ganhos e achatamentos salariais, com grande redução de benefícios sociais para a cidadania.
Espanha chega a atingir o índice de 40% de desemprego no segmento jovem da sua sociedade.
Os fluxos migratórios se intensificam pela perda de perspectivas de trabalho e renda.
A UE conseguiu avanço raro em economia ao criar moeda única, sem afetar a soberanias das nações membros.
A existência de um único banco central fragilizou o controle da moeda e de medidas governamentais de todos os países, que excederam suas capacidades e limites de gastos públicos e contração de dívidas.
A velocidade do processo da UE diminuiu com a crise de 2008, mas continua em novos patamares.
No ano de 2013 a economia europeia dependerá muito do tratamento dado ao abismo fiscal existente nos Estados Unidos.
A crise de 2008 já decorreu das bolhas imobiliárias e dos derivativos emuitidos por bancos americanos.
Agora, o desnível fiscal americano, enorme, grave, dramático, pode contaminar a Europa, novamente.

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

MORTES, EXECUÇÕES, ASSASSINATOS, CHACINAS: O QUE ESTÁ OCORRENDO COM A VIDA NO BRASIL?



Todos os dias assistimos, chocados, aterrorizados, a um festival de notificações de mortes, e mais mortes, pelos diversos meios de imprensa no Brasil.
Locutores e apresentadores, talvez para preservar seu equilíbrio emocional, já começam a tratar fria e burocraticamente dessas noticias.
É um espanto!
Diariamente, pela manhã, ouvimos o tenebroso relato das mortes da noite anterior.
Rajadas de balas, muitos mortos, a polícia informando que está investigando, corpos perfurados, sangrando, são mostrados em fotos e telas de tv, como se um grande açougue humano estivesse sendo demonstrado.
Essa contabilidade necrológica, esse mapa da violência, essa brutalidade contra a vida. essa crueldade diária, está deixando o povo brasileiro assustado, amedrontado, inseguro, sem rumo, sem saber a quem recorrer.
Delegacias são metralhadas, ônibus incendiados, policiais declaram que estão com medo, as rondas são diminuidas no periodo da noite, viaturas policiais, que deveriam estar circulando para proteger os cidadãos, são colocadas atravessadas, para proteger as instalações policiais.
Mas o que ocorre?
Quando o povo brasileiro vai saber a verdade sobre esse misterioso processo, que começa a nos equiparar com a guerra civil na Siria?
Afinal, se forem contadas todas as mortes, todos os homicidios, veremos que a nossa guerra civil já está instalada, e que os adversários não são de tribos diferentes, nem de religiões conflitantes, mas cidadãos que optaram por eliminar seus semelhantes, por desejos e motivos inconfessáveis.
Qual a cidade no mundo que está com os indices de homicidios iguais aos de São Paulo?
Estamos lidando com numeros apavorantes, de 300 mortos, 400 mortos, mensais, com uma naturalidade impressionante, uma frieza surpreendente, uma facilidade que choca.
Afinal não era o Brasil o país do "homem cordial"?
Do carnaval, da alegria, do futebol, das praias, e da generosidade?
Onde estão os valores humanistas tão decantados em nossa música, literatura, cinema e teatro?
A vida já não representa algo essencial a ser preservado em nosso país?
O que pode ser mais essencial, mais valorizado do que o valor da vida humana?
Será que a alienação, a falta de solidariedade de nossa sociedade atual, faz com que sejamos como avestruzes, que enterram a cabeça para não ver a realidade?
Estamos os cidadãos brasileiros aceitando essa monstruosidade com frieza e naturalidade?
Teremos chegado ao fundo do poço em sensibilidade e percepção da realidade?
Ou fomos o gigante adormecido, que está despertando e estamos descobrindo que esse gigante, na verdade, era um grande e sanguinário bandido, feitiço enterrado em nossa colonização, que representa o espirito real de nossa sociedade?
Afinal, o fruto não cai longe da árvore.
Seremos esse fruto assassino de uma árvore de intransigência e violência desmedida, plantada pelos mesmos colonizadores, que chacinaram índios, escravizaram os negros, e drenaram as riquezas deste solo pouco varonil, servil, que não está superando seu passado e, por isso mesmo, reproduzindo o que lhe deixaram?









 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SÉCULO XXI, QUEM SOMOS, COMO ESTAMOS, EM QUE MUNDO VIVEMOS. O QUE ESTAMOS LEGANDO AO FUTURO?



Seres humanos têm como principal ansiedade encontrar um sentido para suas vidas.
Sabemos, nesta fase histórica, um pouco sobre nosso funcionamento orgânico, nossas características biológicas, e nossas condições materiais.
Estamos sempre pesquisando para entender o mundo em que vivemos.
Nossas formas organizadas de vida, como as leis e as cidades, representam avanço significativo no processo de construção da civilização.

Já temos indicadores, índices de aferição, referências, que nos permitem analisar, comparar e correlacionar dados e informações para podermos avaliar como está nossa qualidade de vida.
Em nossa cidade de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, nasceu uma Escola de Governança e Cidadania Ativa, para ajudar no processo de formação de pessoas que queiram exercer sua liderança social, e que pretendam participar como agentes de transformação.
Essa  Escola tem como parâmetros programáticos e compromissos éticos, que obedecem aos seguintes princípios:

-cidadania plena
-ética política e transparência
-democracia participativa
-respeito integral pelos dieitos humanos
-desenvolvimento com preservação ambiental e socialmente justo
-república

Essas balizas conceituais nos orientam na missão de gerar e construir o avanço qualitativo, para que possamos deixar para as gerações que nos seguirão, uma condição melhor do que aquela que nossos pais nos deixaram.

Pouco sabemos, ainda, sobre o sentido da vida, em sua concepção mais filosófica e espiritual.
Quase nada conhecemos de nossas origens, de nossa formação, de nosso início de caminhada nesta forma de nossos corpos e de nossos funcionamentos moleculares, cerebrais, fisiológicos.
Nos apegamos ao campo das crenças, dos símbolos, dos mitos, dos processos naturais, para buscar algumas respostas sobre essas questões que tanto nos causam inquietações e receios.

Mas sabemos bem que a vida é um processo permanente de avanço e que sua evolução depende sempre de abandonarmos conceitos velhos e ultrapassados, pois a renovação, e a reciclagem, nos são comprovadas diariamente, como necessidade planetária.

Como disse sabiamente o grande educador brasileiro, Paulo Freire:

"O novo surge da compreensão e da superação critica do velho. Das cinzas do que quimou surge o novo, que só nãó será a repetição da experiência angterior se forem bem compreendidas as razões pelas quais o velho não nos serve mais."

O sentido da evolução, como uma corrida de revezamento entre gerações, uma passando o bastão um pouco mais a frente para a próxima que vem, é o que constrói o avanço.
Como dizia Freud:
"Quem não supera, reproduz".
Nossa superação, nossa auto-critica, a compreensão da necessidade da melhoria permanente, nos ajudam a abandonar conceitos antigos e ultrapassados, de forma a que os mais jovens possam desenvolver suas vidas de acordo com as condições contextuais de suas épocas, sem amarras autoritárias num passado que não lhes oferecerá respostas em suas renovadas existências.

E nesse ponto nossa Escola exerce um importante papel de vacina contra a estagnação intelectual e
conceitual, pois ela ajuda a revisar certezas, a relativizar convicções, a criar uma linguagem de leveza e renovação, para que possamos cumprir nossa missão de construir o novo.
Temos clareza de objetivos, nosso senso de oportunidade nos indica a direção e nossa visão futura nos aponta para um processo permanente de inovação, como elementos essenciais para a construção das bases de uma sociedade mais generosa e solidária.
E tudo isso pela evolução das consciências, e por novas opções de convívio.
E surge a questão básica sobre o tempo em nossas vidas.
Quantas horas de nossa passagem por esta dimensão material, terreste, dedicamos a construir algo melhor em que acreditamos realmente?
Nossa Escola oferece um espaço de reflexão, educação e construção de conceitos coletivos, em quatro horas semanais, 16 horas mensais, 128 horas anuais.
Em um pequeno intervalo de tempo, menos de 1,5% do nosso tempo anual, podemos gerar uma "poupança" intelectual para oferecê-la às gerações que nos sucederem, ferramenta com a qual poderão ser criados novos conceitos e formas de entender, e viver, essa dádiva que é a vida.

Os jovens de 1968, em suas manifestações de maio daquele ano, e os jovens de 2012, com sua indignação pelas incertezas que as crises econômicas jogam sobre suas perspectivas, queriam e desejam, respectivamente, poder vislumbrar um futuro.
A nós cabe ajudá-los, pois estamos lutando para que nosso futuro seja melhor.
Mas temos obrigação ética e moral de deixar-lhes um legado de esperança, de felicidade e de continuidade.
Podemos nada saber sobre o sentido da vida, mas todos querem, e merecem vivê-la.



O TEMPO...

 
Tempo, essa palavra encerra uma das principais referências humanas.
 
Nossa noção de tempo vem das 4 mudanças das posições solares em relação a nosso mundo, mas não
 
passa de uma referência.
 
Muitas vezes a vida nos parece não andar, noutras, parece que o tempo escoou por nossas mãos,
 
correu mais do que os nossos relógios, mais do que nossa capacidade de entender como tudo ocorre, e
 
corre.
 
A unica certeza é que o tempo, em segundos, é marcado pelos batimentos de nossos corações.
 
Lembro de uma frase muito linda:
 
" Paixão é o ritmo das batidas do coração ".

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA: OS GRAVES RISCOS DA AUSÊNCIA DE PLANEJAMENTO



Os alertas do Prof. Elson, que foi candidato a prefeito em Florianópolis, fazem pensar sobre o planejamento do futuro de nossa Capital.
O Prefeito eleito, Cesar Souza, se manifestou contrário ao grande volume de novas construções, sem qualquer planejamento.
Agora, se ouve falar que uma grande rede de hotéis deseja se instalar em Florianópolis, justamente por dois fatores: a localização central, e o acesso por mar.
Dois aspectos ainda sem aproveitamento para a cidade e seus habitantes.
Aceso por mar, não temos, e a centralidade se transformou numa grande dificuldade, pela dificuldade de acesso, falta de ruas, de ciclovias, e de gestão urbana adequada.
A cidade sente o resultado do grande crescimento do número de veículos, e de habitantes, o que tem trazido grandes congestionamentos, e estresse, para quem aqui vive.
A retomada do Plano Diretor Participativo, pela Prefeitura Municipal, em conjunto com os moradores, conforme enuncia o Prefeito eleito, parece ser a mais sensata atitude, antes que se autorize, ou libere, qualquer grande projeto, que venha a colaborar com a degradação dos índices de qualidade de vida.
O empreendimento onde a rede hoteleira em questão demonstra interesse, ficaria bem na frente da Residência Oficial do Governador do Estado.
Por ali ocorrem, várias vezes ao dia, diariamente, grandes congestionamentos, que os moradores permanentes precisam enfrentar para poder trabalhar, buscar filhos em escolas, ir ao hospital, circular enfim. 
Interessante que alguns gestores públicos falam com extrema facilidade em oferecer privilégios para instalar investimentos de fora de nossa cidade, que nunca colaboraram com um centavo de IPTU, ISS, ou mesmo com algum tipo de participação em planos diretores.
Esses mesmos gestores públicos nunca foram vistos, ou ouvidos, oferecendo algum tipo de estímulo para instalar um parque verde, que venha a motivar mais a relação do morador com a natureza, ou uma concha acústica, à beira-mar, para concertos e espetáculos.
Florianópolis já experimenta grave falta de mobilidade com uma frequência preocupante, que obriga os moradores a se envolverem com as medidas que serão tomadas para melhorar a conexão Ilha-Continente, e otimizar a circulação de pessoas e veículos, e a desenhar qual o futuro modelo de cidade que desejamos.
O modelo de crescimento aleatório que foi experimentado por Florianópolis, pode conduzir a cidade para desenhos urbanos, que venham a reproduzir padrões de falta de solidariedade e de generosidade.
Outras cidades, que passam por ondas de violência ciclicas, deixaram a aleatoriedade puramente econômica determinar seus crescimentos.
Vamos pensar, debater e participar da construção do futuro de nossa cidade?
Nosso futuro não depende de um fluxo turístico avassalador, nem de investimentos aleatórios, que só visem localização privilegiada e lucros.
Nosso futuro precisa ser devidamente planejado para que tenhamos alegria em viver nesta cidade, sem o medo constante de colhermos os piores resultados em exclusão social, segregação humana, e a consequente violência, que hoje domina cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
Basta lermos os jornais, vermos os noticiários de trelevisão, para podermos aquilatar os baixíssimos niveis de qualidade de vida, que a miséria e a acumulação exagerada de riqueza podem produzir.
E depois do ciclo da exclusão, miséria, falta de trabalho digno, marginalização, revolta, violência, se instala, não será com pistolas, metralhadoras, carros blindados, e mortes, muitas mortes, que retornaremos ao que já fomos, e perdemos.
Por pura ganância, por ignorância, por deslumbramento, e por alienação da realidade.
Podemos até desprezar a realidade, e as diversas oportunidades  de agir sobre ela.
Mas as duras realidades nos atingem, nos atropelam, mesmo que tentemos ignorá-las.
Os capitais, investimentos, lucros, via de regra pertencem a pessoas, e grupos, que não vivem o cotidiano da cidade.
Assim, quando as crises se instalam, da mesma forma que vieram atrás de benefícios, estímulos fiscais e patrimoniais, se afastam, mudam, para outros lugares "mais atrativos", deixando uma herança, na maioria das vezes caótica,  sobre o que um dia foi uma esperança.