terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O PODER

Muitos o adoram.
Os democratas, os verdadeiros, o enxergam como uma etapa para servir ao coletivo, e implantar as mudanças necessárias.
Outros, nem imaginam o quanto o poder lhes retira de direitos individuais.
São vítimas passivas dos esquemas de poder, mas vivem tão alienados, que pensam que a vida é assim mesmo, uns mandam, outros curtem e obedecem.
Muitos se imaginam com poder, mas nada sabem o que fazer com ele, e através dele.
Existe um tipo que adora o poder.
É aquele que quer se perpetuar no poder.
Haja o que houver, custe o que custar.
Como a visão partidária exige coerência, entre opiniões, princípios éticos e morais, e as ações realizadas, normalmente os que querem morar no poder não têm muito critério nas escolhas.
Serve tudo, desde que lhe garanta o "pódio".
Acabam aderindo, ou cooptando, àqueles outros que ajudam a viabilizar esquemas de poder.
Normalmente, são pessoas muito sós, carentes de afeto e carinho, têm dificuldade de viver em amor, e com amor, e são muito inseguros.
O poder, para esses, representa o orgasmo que não alcançam na vida afetiva, a descomprometida e espontânea gargalhada com familiares e amigos, o sono dos justos, aquele que repousa e repõe as energias, honestamente empregadas.
Os esquemas de poder servem para mais poder.
E o poder, sem ideologia clara, ou linha ética ou moral, corre o sério risco de produzir novos pequenos reis de araque, tiranetes de aldeia, personagens caricatos, que se imaginam num olimpo, admirados por muitos, e criticados por "aqueles que não lhes compreendem a grandeza".
Num momento histórico como vive a humanidade, as grandes transformações políticas no continente Africano, a nova configuração mundial sócio-econômica-política, os novos alinhamentos e mudanças profundas, tentar manter uma sociedade amordaçada a grupos, envelhecidos e superados, no mínimo, é anacrônico, senão ridículo.
Em nosso continente, os resultados produzidos pelos ditadores de arrabalde, pelos falsos democratas travestidos de bons oradores, e visionários, já produziu uma breguice esquisita, exótica, sem qualquer consequência, a não ser o atraso, a miséria, a poluição, a corrupção, e a desmotivação política e eleitoral das populações dessas nações subdesenvolvidas, agora sob a nova e demagógica nomenclatura de "emergentes".
Mas parece que esse conceito está mais ligado às emergências que essas sociedades vivem, do que serem nações que emergem, que aparecem à superfície de uma nova ordem mundial.
Nesse ponto é verdade.
Vivemos em emergências.
Nada se investe nos governos dos que adoram o poder.
Tudo se promete, mas nada se realiza.
Sempre contando com exageradas verbas públicas desviadas das reais prioridades, para a falaciosa "divulgação institucional", acabam fazendo cabeças e dando a sensação de que se vive num mundo melhor, mas que nunca evolui, pois os do poder apenas enganam.
E assim, eles se imaginam num poder perene, permanente, transcendental, meio divino, já que se vêm como "salvadores".
Desprezam os jovens, como se lê, e vê, na mídia, só apoiam aqueles que lhes são servis e obedientes, e a renovação é um artigo somente para constar de seus discursos, e das promessas vazias de campanha.
Isso me lembra de Ulysses Guimarães, quando se referiu a uma pergunta se ele não estaria muito velho para tentar mais uma eleição.
"Sou velho, mas não sou velhaco", respondeu o velho líder, que disse, também, que "tinha nojo de corrupção e de corruptos".
E lembramos que corrupção, em seu sentido lato, que dizer apodrecimento, deterioração, ou seja, tudo o que o quadro político atual nos coloca para reflexão.
E, assim, nesse quadro tão necessitado de novos políticos, de jovens idealistas, e democratas autênticos, e coerentes, é que entramos no ano das eleições municipais, que serão as bases para as eleições gerais de 2014.
Podemos errar votando em novos, podemos eleger pessoas inexperientes, que cometerão equívocos e enganos.
Mas sempre será melhor do que eleger, ou reeleger, aqueles que adoram o poder, que querem nele se eternizar, simplesmente para continuar mandando, num espaço de realização de fantasiais individuais, pessoais, mas que nada têm a ver com a nova sociedade, que inicia este 2012.
Sociedade essa que necessita tanto, tão urgentemente, de novas cabeças, coroadas apenas com o sonho de uma nação melhor, e com alguns planos, mesmo que imaturos, mas pelo menos desprovidos de malícia, limpos de cacoetes de corrupção, e de outros menos nobres sentimentos, daqueles que querem, desesperadamente, agarrar-se ao poder, por não terem mãos para outra coisa, a não ser o botim das verbas públicas, ou a incompetência de não saberem o que fazer com as suas vazias vidas privadas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

FELICIDADE, A BUSCA E O PROCESSO

A felicidade está no processo da busca.
O obtenção do objeto de desejo, depois de um período de habituação pode gerar acomodação.
A renovação é o desafio dos objetivos, ou metas, alcançados.
Por isso a irreverência, e a busca permanente de novos conceitos, e conteúdos, para tornar os processos mais inteligentes e criativos.
Pessoas e sentimentos, são como o entardecer, quando o sol se põe.
Ou como os amanheceres, quando os brilhos das manhãs nos inundam com cores e tonalidades.
Nunca temos um igual a outro.
Sempre percebemos novas nuances, novas gradações de cores.
As pessoas também são assim. Nós é que temos que aguçar as nossas sensibilidade para captar os arco-íris humanos.
Se buscamos somente a pessoa, ou pessoas, e pensarmos na conquista em si, poderemos experimentar um certo gosto de vitória.
Mas com o passar do tempo as pessoas necessitam não somente ser conhecidas, mas também, e principalmente, ser reconhecidas.
Por seus valores próprios, por suas percepções específicas, por sua sensibilidade única, por suas idéias e iniciativas, enfim, por sua persona, por seu caráter, pela forma como encara, e vive, a sua vida.
Situações e objetos, também passam por crivo, menor, mas não menos importante.
A velocidade do consumismo, a falta de naturalidade com o tempo livre, o não-saber-o-que-fazer com a vida que se tem, com abundância de dinheiro, ou não, pode colocar "períodos de validade" muito exíguos em nossos critérios.
Pode pasteurizar emoções, padronizar pensamentos, colocar trilhos na diversidade.
E assim, corre-se o risco de nada mais trazer saciedade a nossas requisições, materiais, humanas, afetivas, ou sentimentais.
E o processo de busca, que caracteriza a vida saudável, pode se transformar num curto e binário processo de gostei-comprei-habituei-enjoei, e descartáveis ficaremos, pois assim tratamos aos outros e a tudo que nos cerca.
Enriquecer a alma, valorizar sentimentos, resgatar a subjetividade, valorizar o diferente, agradecer as complexidades que surgem, se envolver nas soluções, e formulações, e outros passos menos materiais, podem nos trazer o enriquecimento de nossas opções mentais, criando, ou recriando, espaços cognitivos essenciais para o nosso retorno ao estado de graça, que pode ser a vida mais simples, mas nem por isso menos complexa, ou rica.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ilhas Malvinas, Ou Falkland, Colonialismo?

O sem graça primeiro ministro inglês, talvez tentando imitar a sua mestra Margaret Tatcher, que se encontra em estado de demência avançado, tenta atacar a Argentina com palavras vazias, e o pior de tudo, mentirosas.
Cameron, como é chamado o tal ministro, acusou a Argentina de "colonialismo" por pretender ter de volta o controle político sobre as Ilhas Malvinas, situadas aqui no Atlântico Sul, ao lado de seu território.
É bom lembrar que há 30 anos, em plena ditadura, em uma tentativa de desviar a atenção da opinião pública argentina, o general golpista argentino, Leopoldo Galtieri, declarou uma oportunista guerra à Inglaterra.
A ditadura argentina estava em sua fase periclitante final, e a bravata conseguiu mobilizar os compatriotas de Maradona em uma empreitada sem volta.
Com a ajuda estratégica e informacional de norte-americanos e chilenos, os ingleses venceram a escaramuça, com um saldo total de quase mil mortos, a maioria do lado sul-americano.
A ONU, em deliberações pós-82, determinou que as duas nações em conflito deliberassem sobre as Malvinas, em negociações bilaterais.
E a Argentina quer, e insiste, nessa tese da ONU.
Que os ingleses insistem em não levar à frente.
Mas voltando ao infeliz ministro Cameron, inglês, que usou o termo colonialismo referindo-se aos argentinos.
Para início de conversa, aquela nação é que cresceu, e enriqueceu, sobre o saque e o colonialismo.
Basta ler um pouco de história e veremos que colonialistas sempre foram os ingleses.
Chegaram ao ponto de nomear bandidos, assaltantes, assassinos sanguinários de "corsários", que não passavam de foragidos da lei, a serviço da coroa britânica.
Desde que dessem um percentual para a sua majestade, aqueles bandidos poderiam saquear, matar.
Se chamavam corsários, pois a a corte inglesa lhes dava uma autorização de corso, ou seja, de trânsito naval, e daí o nome corsários.
Eram piratas, inescrupulosos, bandidos a soldo dos reis, também piratas e bandidos, que os pagavam para pilhar e matar a seu serviço.
Falando em colonialismo, que Cameron tentou imputar para a Argentina, lembremo-nos da China, India, e tantos outros países onde as botas e as baionetas dos soldados ingleses, e dos gurkas, produziram chacinas horrendas, para garantir a riqueza que a Inglaterra não tinha, mas roubava de outras nações menos armadas.
Mas assim como Cameron não deveria tentar copiar sua ensandecida musa Tatcher, a Argentina também não deveria tentar transformar essa crise criada pelo inglês sem graça, que está no ministério inglês, e copiar Galtieri.
Esse não é o caminho.
Que se façam conversações, que se convoquem negociações, que se invoque a presença da ONU, até que se demonstre qual dos dois países está sendo coerente, se é que algum dos dois tem essa qualidade.
Mas que não se permita que a crise que está devorando as finanças do velho mundo possa ser encoberta por jogada belicista, que só gerará demonstrações de força, num momento em que a América do Sul, mesmo tímidamente, experimenta um ciclo de desenvolvimento interessante.
E que a Argentina não seja tomada por uma onda brega, de compadritos e malandros, tentando reavivar velha e superada revanche, que em 82 só serviu para levar à morte, uma grande quantidade de jovens argentinos, que morreram sem nem bem saber por qual motivo lutavam.
Afinal, se a pendência podia ser resolvida via ONU, qual a razão da invasão de 30 anos atrás???

Brasil, País Rico???

Brasil mais caro que Estados Unidos?!
Não dá para entender, temos um juro oficial de 10,5% ao ano, e um juro real para os consumidores de 10,5%...ao mês!!!
Agora, vários bilhões depois, os EUA pensam em facilitar vistos para que os brasileiros continuem a gastar o dinheiro, lá.
Até há pouco tempo, éramos tratados como cidadãos de segunda categoria.
É bom fazer turismo, viajar, mas não podemos exportar empregos, valorizando as mercadorias americanas e deixando nossos hotéis, lojas e restaurantes vazios.
Legal ver o mundo, as coisas boas que existem em outras nações, as iniciativas culturais, e tudo o mais.
Mas não esqueçamos que esse dinheiro pode fazer falta.
O Brasil é um exportador de matérias primas, de commodities, e se for arranhado pela crise mundial, não tem investimentos em ciência e tecnologia, inovação e inteligência, para competir com outros países.
Não nos iludamos com o charme que nos lançam os países ricos.
Enquanto gastamos os bilhões que nos fazem falta em saúde, educação, segurança, e infraestrutura, deixamos de olhar para a ausência de condições de cidadania real, e nos fixamos num crédito aparentemente fácil e abundante, que pode nos brindar com uma "bolha", como os americanos ganharam em 2008.
Os países ricos, só o são, por terem um mercado interno forte, que privilegia a sua própria economia.
Além do mais, nada errado em prestigiar nossos museus, nossos artistas, que ficam à míngua, enquanto muitos milhões são canalizados para espetáculos de fora, ou gastos com grandes eventos, que não contribuem em nada, com aqueles que dão suas vidas, criando arte, beleza, magia e entretenimento, em nosso chão, em nossa cidade, em Santa Catarina!